segunda-feira, 3 de março de 2014

(Des)crente nos rabiscos do amor

Porque não acreditas quando repito à exaustão
Que te conheço como a palma destas que te escrevem
Que te sei de cor, mesmo de olhos fechados
E sem nunca os ter pousado em ti?

Porque duvidas que a minha imaginação
preenche sem duvidar os espaços em branco que a realidade
teima em ocultar-me
e que o amor é um artista de excepção a fazer auto-retratos?
Sim, porque quando te desenha esboça-me a mim também,
que já sou tu
e não consigo ser eu no espaço em branco sem nós.

O meu coração sabe quem tu és e não precisa de retratos-robô
para identificar o sicário que o feriu de morte...
I know you by heart
Je te connais par coeur
Forçosamente.

Como Anaïs...

Sabes que te amo, meu amor
de manhã até à noite e nunca me deito cansada?

Sabes que te acaricio as mãos e as seguro como se pudesse prender-te no nosso leito
até depois da eternidade?
E te abraço por trás quando tentas levantar-te,
como se pudesse olhar-te de frente?

Sabes que te amo mais a cada minuto deste dia
e descubro sempre novas formas de te amar
de cada vez que me precipitas um pouco mais além de ti,
Meu amor...

Como os meus lábios beijam os teus olhos fechados
como se fechados pudessem ver
como te quero.
Sabes?