segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Doce quimera

Sonhei que dormíamos e que os teus braços me cingiam bem perto de ti.
Não conseguia afastar-me do teu calor e, a cada volta que dava, os teus braços enlaçavam-me com mais força.
Sonhei que dormíamos e que a cama era um prolongamento de nós os dois, quente e voluptuosa.
Não queria acordar, não queria deixar de sentir o teu abraço.

Porque me acordaste? Porque não me deixaste continuar a quimera?!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Et voilà... la performance!


"Quando eu era pequenina,
Quando eu era pequenina,
Acabada de nascer,
Acabada de nascer..."

Quando eu era pequenina, já era mulher.

Adorava refugiar-me no quarto da minha mãe, enquanto ela ia trabalhar, e usar as coisas dela.

Aos 4 anos ainda mal me segurava nos sapatos de salto alto.

Aos 5 experimentava os mais variados acessórios.

Aos 6 já colocava perfume e usava maquilhagem.

Aos 7 percebi como era bom ser mulher,

e aos 8 nunca mais quis deixar de o ser!

Quando eu era pequenina, brincava às estrelas de cinema. Eu era a Grace Kelly num carro descapotável, tão bela que até doía ao comum dos mortais.

Pela infância fora, dei por mim a imaginar como seria ser mãe e o que mais me fascinava era a gravidez. Vivia obcecada por grávidas e experimentava ver-me ao espelho com almofadas na barriga, mas como não davam um efeito muito real, aprendi sozinha a simular uma barriguinha de grávida.
O que é mais curioso é que, de tanto simular, acabei por ganhar a tal barriguinha e agora são muitas as pessoas que me perguntam se estou grávida. Eu divirto-me a responder que sim e a confundi-las quando me oferecem a vez na fila do supermercado.

Mas o meu grande sonho de infância era ser bailarina. Em pequenina, imitava os passos de ballet que via na televisão, vestia um saiote branco a fazer de "frou-frou", uma camisolinha justa de malha e calçava umas sabrinas à falta de verdadeiras sapatilhas de ballet. Ficava horas a dançar só para mim.

Quando eu era pequenina, era uma criança tímida, com a cara da Heidi e os olhos rasgados de espanto.
Extremamente arrumada, nunca me deitava sem guardar os meus brinquedos.

Quando eu era pequenina, já era em grande parte a mulher que hoje sou...