sábado, 12 de dezembro de 2009
Et voilà... la performance!
"Quando eu era pequenina,
Quando eu era pequenina,
Acabada de nascer,
Acabada de nascer..."
Quando eu era pequenina, já era mulher.
Adorava refugiar-me no quarto da minha mãe, enquanto ela ia trabalhar, e usar as coisas dela.
Aos 4 anos ainda mal me segurava nos sapatos de salto alto.
Aos 5 experimentava os mais variados acessórios.
Aos 6 já colocava perfume e usava maquilhagem.
Aos 7 percebi como era bom ser mulher,
e aos 8 nunca mais quis deixar de o ser!
Quando eu era pequenina, brincava às estrelas de cinema. Eu era a Grace Kelly num carro descapotável, tão bela que até doía ao comum dos mortais.
Pela infância fora, dei por mim a imaginar como seria ser mãe e o que mais me fascinava era a gravidez. Vivia obcecada por grávidas e experimentava ver-me ao espelho com almofadas na barriga, mas como não davam um efeito muito real, aprendi sozinha a simular uma barriguinha de grávida.
O que é mais curioso é que, de tanto simular, acabei por ganhar a tal barriguinha e agora são muitas as pessoas que me perguntam se estou grávida. Eu divirto-me a responder que sim e a confundi-las quando me oferecem a vez na fila do supermercado.
Mas o meu grande sonho de infância era ser bailarina. Em pequenina, imitava os passos de ballet que via na televisão, vestia um saiote branco a fazer de "frou-frou", uma camisolinha justa de malha e calçava umas sabrinas à falta de verdadeiras sapatilhas de ballet. Ficava horas a dançar só para mim.
Quando eu era pequenina, era uma criança tímida, com a cara da Heidi e os olhos rasgados de espanto.
Extremamente arrumada, nunca me deitava sem guardar os meus brinquedos.
Quando eu era pequenina, já era em grande parte a mulher que hoje sou...
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