domingo, 4 de fevereiro de 2007

Mundo do fim do mundo

Olhei e bateu-me fundo o mundo do fim do mundo.
Sondei para ver se havia saída que desconhecia.
Rodei sobre os calcanhares e fiquei a admirar
a beleza dos limites, a imensidão do lugar.
Cheguei pois à conclusão de que se queria ficar
ia ter que procurar um marco e acostar
nesta nova dimensão.

5 comentários:

mariamadalenarrependida disse...

Título de um original de Luís Sepúlveda, é um livro magnífico que deu o mote ao pensamento.
Leiam-no e digam-me que sim, que tem tudo a ver com a imensidão de lugares longínquos do mundo no fim do mundo...

Unknown disse...

madalena
como vais?
continuando a publicar o que escreves? linda menina, poeta não arrependida...
Prometi dar-te troco...
pois aqui vai, com a tua crítica em espera.

As intermitências da vida

Preciso chorar o amor,
meu amor,
porque o queria pleno
e prenho de mim e de ti
que o não sentes.
Preciso pensar a morte,
meu amor,
porque o dom da vida
que eu sou
é consequência de ti
que não estás.
Preciso chorar o pensar da morte
e pensar porque choro a vida,
meu amor.

in Palavras (Con)Sentidas
M.Cândida

Ibidem disse...

Belo poema... Só lhe vejo uma pequeníssima imperfeição, mas gostos não se discutem, e poemas, se calhar, ainda menos. Com esta introdução e antecipado pedido de desculpas, não vá a poetisa arrepender-se da confiança dada às visitas, sugeria que aquele verso final fosse dividido em dois: gosto da quebra final, da surpresa, que ainda por cima fica a rimar com o verso precedente. Assim:

Olhei e bateu-me fundo o mundo do fim do mundo.
Sondei para ver se havia saída que desconhecia.
Rodei sobre os calcanhares e fiquei a admirar
a beleza dos limites, a imensidão do lugar.
Cheguei pois à conclusão de que se queria ficar
ia ter que procurar um marco e acostar
nesta nova dimensão.

mariamadalenarrependida disse...

Amiga Cândida, poetisa (con)sentida(o),

Nada acontece por acaso e o teu poema trouxe-me o que queria ver escrito num dia em que precisava de o ler!
Nada acontece por acaso, e a tua amizade e cumplicidade têm-me trazido momentos "prenhos" de sentido e de emoção!

Obrigada e parabéns!!!

mariamadalenarrependida disse...

Ibidem,

Sabes que as tuas sugestões são sempre bem vindas e nem precisas dos "paninhos quentes" para entrar na minha cozinha!

Como poderás ver, arrumei melhor a casa (neste caso, o verso, claro)e fica realmente melhor!

Beijos e obrigada!