segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Tu

Vivias contente, orgulhoso de ti.
Atravessavas os dias com a poeira nos olhos,
mas com aquela resolução que só têm os que já viveram.
E tu viveste.
Experimentaste as grandes paixões,
os derradeiros desafios,
as provas mais duras,
os infindáveis fins de tarde.
E sorrias, sorrias sempre, pelo menos na minha lembrança.
Mesmo quando não sabias o porquê de sorrir.
Por dentro, sempre a mesma convicção.
Até ao fim, a mesma crença no mundo que tão bem conhecias.
Eras amigo, pai, irmão e filho de alguém.
A todos fazias falta, com todos te sentias bem.
Quando morreste, só eles te lembraram.
Porém, aqueles que te julgaram, ameaçaram, amaram ou invejaram, lançaram-te o pó para a eternidade.

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