As mulheres eram, na vida dele, uma constante.
Lembrava-se delas de sempre e nem sabia se eram uma benção ou maldição.
Amantes, amigas, apaixonadas, traídas, despeitadas, animadas, despudoradas, loucas e tresloucadas.
Tantas conhecera e a tantas decepcionara! Mas, pelo caminho, a muitas amara, a um sem número deixara, a outras tantas contara o que por elas sentia.
E elas não desapareciam, não o deixavam, não lhe perdoavam o esquecimento, a indiferença, a insegurança, o desamor.
Homem de mulheres, era assim que se sentia. Espartilhado, dividido, já não sabia quem era, antes de saber o que sentia, a quem pertencia.
Alinhava-as, comparava-as, confrontava-as e não deixava de as amar, a todas!
Mas todas queriam mais, pois se a uma mulher não basta sentir-se amada, ela tem de saber-se única, excepcional, inconfundível, insubstituível e não apenas mais uma.
As Anas, as Marias, as Teresas e as Cristinas querem saber-se exclusivas no universo cibernético, no meio apenas de amigOs na agenda do telemóvel.
Únicas nos sonhos, singelas nos planos para o futuro.
Mas ele não era capaz, isso não podia garantir nunca!
Demasiado habituado à sua presença, não podia abandoná-las, nem aquelas que, amarguradas, o tinham abandonado há tanto tempo que a lembrança não lembrava mais.
Era, como na "Insustentável Leveza do Ser", um homem de mulheres, para as mulheres e entre mulheres. Para sempre!
A elas se tinha entregado desde que a mãe o segurou pela primeira vez no colo.
E esse compromisso era capaz de assumir: ser de todas até ao fim dos seus dias!
Só esse, nenhum mais.
É que, ao contrário das mulheres, compromissos sérios só conseguia manter um!
5 comentários:
ola acho este o melhor de todos,talvez porque me sinto aqui retratada...um bem haja bjo
tem muito que se lhe diga este texto,e é bastante interessante!!!
mas ouve uma parte que não percebi, espero que não se torne hábito,pois não sei se é bom ou mau sinal xD
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